28 abril 2011
Em Educomunicação estamos tratando de fortalecer a cidadania por meio do exercício da autoria em/com diferentes meios de comunicação
Neste grupo de estudos e pesquisa acontecem coisas impressionantes e que embora possam parecer pequenas, reforçam, senão corroboram os objetivos do grupo como encontro de pessoas interessadas em aprender, trabalhar com educomunicação para:
“Contribuir para que futuros professores compreendam as estreitas relações entre as possíveis produções coletivas de comunicação realizadas na escola e as propostas da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e dos PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais”.
Em sua maioria o grupo é formado por professoras ou futuras professoras fazendo a reflexão e memória sobre como nós mesmos aprendemos/vivemos, vemos e produzimos comunicação na escola, em casa, na vida.
Tais reflexões partem das provocações trazidas semanalmente pela coordenadora do grupo e tem “revirado” nossas entranhas (assim mesmo, com o afixo “re” no sentido de outra vez virar, virar novamente) e estruturas “psico” cognitivas do grupo enquanto indivíduos, educadoras, mães e cidadãs.
Nesses encontros semanais, primeiro a provocação, depois o silencio, depois a reflexão cada uma consigo mesma, depois com o grupo, vem a comparação, o desconforto, o tormento interno e a angústia que muitas vezes provocam lágrimas, choro dolorido, muitas vezes envergonhado mas que tem sido necessário para se chegar às escolhas e às renúncias como indivíduos, educadoras, mães e cidadãs que queremos ser/somos, para quem e como.
Lágrimas fortalecem e fortalecer é necessário: provocações e angústias têm promovido a catarse. O encontro do indivíduo consigo para que, no limar de seu próprio limite, o indivíduo possa, indivisível que é, reagir e decidir qual auto tomará para si, em que meio, em que contexto, em que situação e então quebrar o silêncio e tornar-se de fato, o dono de sua fala. Autor livre para dizer com altivez. Para Vigotski o pensamento nasce através das palavras e para Bakthin a linguagem é dialética, mediadora e organizador essencial para a constituição da consciência e do sujeito.
Para ambos no diálogo com o outro em meio às relações sociais, é possível estabelecer interações que promovam a formação da consciência do indivíduo, que por sua vez, resultam de construções sobre a realidade no interior da vida mental do indivíduo.
Assim, neste grupo de estudos e pesquisa, cada indivíduo ao dizer o que sua liberdade e individualidade lhe aprouverem com ou sem meios de comunicação mais ou menos sofisticados, digitais ou analógicos, conectados ou não, os tornam donos de si, autores de sua historia.
Para ser autor, a autoria precisa que no exercício da individualidade, em seu íntimo haja o desconforto necessário para a ação do “dizer dito”, seja oral ou escrito, mas sempre palavra do indivíduo.
Mas qual a relação deste contexto com educação, comunicação, produção coletiva de comunicação e educomunicação? Parece que educadores fortalecidos, donos de si e preparados para mediar grupos com altivez e propriedade podem contribuir para o fortalecimento de indivíduos/atores/autores (crianças, jovens, adultos) que estão na escola e na sociedade preparando-se para o exercício da cidadania e para a produção de comunicação por meio do uso das tecnologias de informação.
Assim, o indivíduo, como cidadão, poderá sim dizer: é de minha autoria!