1 - Desistência
Nesse período tivemos apenas uma desistência: a de Juliana Prado Melão, aluna do 2º semestre de Ciências da Computação – Faculdade Sumaré/ unidade Sumaré, por não conseguir conciliar o horário do GEP com as demais atividades que realiza.
2 – Novas adesões
Duas novas integrantes juntaram-se ao GEP, apartir do 6º encontro:
Carolina Robortella Valente – jornalista formada pela UNIMONTES/SANTOS, que soube do grupo através do Prof Luciano, da Faculdade Sumaré. Seu interesse deve-se ao fato de já ter frequentado o Curso de Extensão da PUC sobre “Comunicação, Educação e Cibercultura e ter atuado no Camará – instituição santista que realiza produção de comunicação em seus projetos de educação ambiental.
Sheyla Maria Alves de Melo - 6º semestre de Pedagogia – Faculdade Sumaré/ unidade Sumaré. Sua aproximação do GEP relaciona-se com sua trajetória de engajamento em movimentos sociais pela Pastoral da Juventude, seu contato com Comunicação Comunitária, MST, e sua atuação no Telecentro Guaianases.
3 – Constituição atual do grupo
Terminamos o mês de dezembro com estes 7 participantes, todos muito envolvidos, inquietos, esforçando-se ao máximo para entender a complexidade dos assuntos abordados:
Adriana Lima Pereira Cruz – 4º semestre de Pedagogia – Faculdade Sumaré/ unidade Sumaré
Bernadete Yaciara Costa Burgos – 6º semestre de Pedagogia – Faculdade Sumaré/ unidade Sumaré
Carolina Robortella Valente – jornalista fomada pela UNISANTOS
Cristina Tânia Lima Mota – 4º semestre de Pedagogia – Faculdade Sumaré/ unidade Sumaré
Deana Andrea Barbosa – 7º semestre de Pedagogia – Faculdade Sumaré/ unidade Sumaré
Sheyla Maria Alves de Melo - 6º semestre de Pedagogia – Faculdade Sumaré/ unidade Sumaré
Thiago Pereira de Souza – 6º semestre de Pedagogia – Faculdade Sumaré/ unidade Sumaré
2 – Conteúdos trabalhados
Pesquisa sobre quem são os grupos responsáveis pelas telefonia no Brasil
Comunicação, Educação e novas tecnologias: tríadedo século XXII - Guillermo Orozco Gomez
Elementos para o pôster sobre o Grupo de Estudos de Educomunicação e Formação de Professores
Estruturação do trabalho de análise dos 100 questionários sobre Produção de comunicação na escola, pesquisa realizada com a colaboração dos alunos de Tecnologia Educacional 1, dos períodos M1A, M2A e NM/unidade Sumaré.
3 - Considerações dos participante sobre o grupo de estudo e pesquisa
Carolina Robortella Valente
Comecei a participar do grupo de estudos sobre educomunicação com a prof. Grácia um pouco depois do inicio do grupo. Peguei o “bonde andando”, mas logo me identifiquei e me enturmei com o grupo. O que mais me chamou atenção foi que eu chegava a um grupo de pedagogos somente, sendo que eu esperava que houvesse pelo menos um jornalista, como eu, já que este é um assunto em amplo crescimento e imaginei que outras pessoas da minha área também estivessem interessadas.
Mas achei muito bom que havia apenas pedagogos, assim seria a melhor oportunidade para que uma jornalista aprendesse muito. Dito e feito. Nas primeiras aulas já percebi que aprenderia muito com todos eles. E a professora Grácia nos mostra, com muita alegria e entusiasmo, uma nova face da educomunicação em nosso país, com autores muito interessantes.
Minha historia com a educomunicação como jornalista é muito forte, pois significou para mim não apenas um caminho profissional, mas trouxe sentido para a minha vida de várias formas. Me formei em 2005 como jornalista, na cidade de Santos, SP, e já no momento da formatura estava completamente desiludida com minha profissão. Trabalhei como estagiaria em algumas emissoras de TV e conversei com pessoas que trabalharam em outras áreas do jornalismo. O que eu via era apenas o mesmo jeito de trabalhar, independentemente da empresa: interesses apenas do lado capitalista. Empresas de comunicação preocupadas em apenas manipular as pessoas para que elas fossem mais facilmente “seduzidas”, e assim para que comprassem não apenas os produtos em si, mas muito pior: a idéia de vida ideal que estas emissoras passavam.
O que eu percebi é que toda esta violência mostrada na televisão tem um propósito muito maior do que apenas informar: na minha percepção, a idéia da mídia é fazer com que as pessoas sintam sua auto-estima baixa ao ver que tanta gente morre ou é violentada, e com isso são mais facilmente manipuladas. Assim como quando nos sentimos para “baixo” muitas vezes nos deixamos ser “ajudados” por pessoas que não estão realmente preocupadas conosco, mas atrás de uma ajuda, nos deixamos levar pelas suas idéias. Desta forma, algumas pessoas passam a acreditar na mídia como se ela comandasse o jeito de se viver, através das novelas, noticiários, programas de auditório, etc.
A educomunicação vem, para mim, como uma proposta de mudança na visão da mídia no Brasil. Ao invés de ser comandada pelas 10 famílias que hoje comandam a mídia no Brasil, e apenas elas, a idéia é fazer com que mídia seja feita pelo povo. Pensada e feita pelas pessoas de fato. Mas, para isso, é preciso muita pesquisa e discussão, e, claro, muita luta. Pois é uma batalha imensa, frente à força da mídia em nosso país. Frente à força destas famílias que comandam tudo o que se vê na televisão ou se lê em jornais e revistas. Mas acredito sim que esta situação possa vir a ser diferente muito em breve, e quero ajudar a fazer com que as coisas sejam diferentes. E este grupo de estudos apenas me dá mais força e motivos para continuar esta batalha.
Deana Andrea Barbosa
Quando entrei nesta faculdade, por causa do BEPA, fui para o Campo de Ação com um pensamento equivocado da realidade, pensava que poderia melhor as outras pessoas. Nem havia começado a faculdade e me colocaram como Professora Substituta no primeiro dia. Percebi então, a carência da estrutura no ensino e que, colaborando dessa maneira (sem experiência e sem conhecimento teórico) eu estaria reafirmando a ocultação de uma incompetência subjetiva. Porém, não consegui dizer NÂO por algumas vezes e isso me trouxe alguns conflitos.
Durante o decorrer do curso fui adquirindo o conhecimento teórico, que até então, faltava na minha argumentação. Conheci tecnologia da informação, que me veio como opção, não pretendia seguir os mesmos “erros” das minhas ex-professoras. Aspirava por alguma mudança, mas ainda não conseguia identificar como seria isso até ter a oportunidade de por em prática com os alunos algumas dessas atividades.
Não há tempo para um bom aprofundamento teórico nas disciplinas do curso, por isso interessei-me em acompanhar o Grupo de Estudos em Educomunicação, pois senti a necessidade de me interar mais nos assuntos pertinentes à tecnologia e à comunicação para desenvolver práticas pedagógicas mais eficazes, e estimular o desenvolvimento cognitivo e social dos educandos.
No decorrer dos estudos percebi que meus pensamentos ainda estavam equivocados, senti a mesma sensação quando ouvi a Alegoria de Platão, quando refere que a realidade que os homens conhecem, é o reflexo da própria sombra em uma caverna.
Minha percepção se ampliou com os pensamentos de Paulo Freire, Mário Kaplun, Guillermo Orozco Gómez e Magda Becker Soares. Quanto mais eu estudo, mais revelações surgem e fico impressionada de ter vivido tanto tempo na ignorância. O conhecimento me alimenta e fortalece, estou uma pessoa melhor.
O grupo de estudos e o curso estão terminando e eu me sinto como aquele homem da caverna, que agora percebe de onde vem o pequeno feixe de luz, mas consciente de que existe um universo do lado de fora para ser explorado. O melhor caminho é o conhecimento. Adorei estudar!
Thiago Pereira de Souza
Por que consumimos? Precisamos de tudo o que compramos? Por que compramos? É mesmo necessário possuir a televisão, ou o celular de ultima geração? Usamos tudo o que temos?
Muitas das coisas que compramos são necessárias para conviver em algumas em algumas cidades, como por exemplo o computador, que se tornou cada vez mais necessário para nossas vidas, pois, faz parte do cotidiano da maioria das pessoas, presente, muitas vezes, no trabalho, no lazer e em pesquisas, trazendo novas formas de leitura e escrita e também novos hábitos culturais, por exemplo, hoje é mais comum esperar um e-mail, ao invés de uma carta, entretanto, se a necessidade é ler um e-mail, porque possuir uma maquina capaz de controlar uma rede inteira de processamento de dados, ou se sua necessidade é falar no telefone, porque utilizar um aparelho com funcionalidades que não utilizamos. O porque não utilizamos, nem sempre esta relacionado com o quanto conhecemos dos novos aparelhos, pois as vezes não temos necessidade de entendê-las ou utilizá-las, ou porque adquirimos apenas para consumir, ou melhor, comprar algo novo. Não quero afirmar neste texto que a falta de conhecimento de sua utilidade faz com que não a incorporemos na pratica da utilização do aparelho, mas sim que, muitas funções dos aparelhos e objetos mandados para a América do Sul não fazem parte dos nossos hábitos culturais, porém, os incorporamos mesmo sem saber se são necessários ou se fazem sentido para o nosso cotidiano e os nosso costumes, porque infelizmente somos condicionados a consumir. Todas as perguntas acima têm uma resposta complicada, pois, não consumimos porque precisamos, claro que alguns aparelhos são necessários para a conviver em uma sociedade moderna que possui um fluxo intenso de informações, que chegam de forma cada vez mas rápida, mas, consumimos aparelhos novos com “novas tecnologias” por que aprendemos a comprar, sem saber o que compramos e para que compramos. Mexendo o meu celular descobri que de todas as funções que o aparelho só utilizo três: falar, escrever mensagens de texto e despertador, mas lembro que o comprei pensando em todas as funções que, ironicamente, não utilizo.
Estes pequenos detalhes, que geralmente não percebemos, porque o consumo desnecessário esta consolidado na nossa cultura, valorizando o “ter algo para ser alguém”, destroem nossa individualidade, personalidade e raízes culturais, impondo costumes, atitudes e valores que não fazem parte da realidade social latino-americana, calculando, muitas vezes, o desenvolvimento econômico da população de áreas periféricas por meio de estudos de mercado, que não tem como objetivo calcular o desenvolvimento e da qualidade de vida que a região proporciona, mas sim, o quanto consomem, para fazê-los consumirem mais.
A mídia televisiva é uma grande ferramenta, que pode ser utilizada para apoiar o consumo alienante, ou formar um cidadão critico que entende o que assiste e sabe quais são as suas necessidades, para que dessa forma possa sair da posição de mero consumidor, alienado, pronto para receber, comprar e descartar os objetos, roupas, bebidas, comidas e aparelhos mostrados, para possuir uma mídia que se preocupa com ele, trazendo problemas, respostas, informações, soluções e entretenimento que torna a cultura deste, ou de outros indivíduos como ponto chave da programação, deixando de utilizar uma cultura imposta, que não se importa com a realidade sociocultural na qual está, se importando apenas com o que é possível vender para, aproveitando-se que ao ligar a televisão o telespectador não saberá se o que é dito é verdade ou mentira, pois este jogo foi tão bem engendrado que a o controle dos meios de comunicação não está na mão de pessoas preocupadas com a democratização do sistema, não estão relacionados a classes sócias mais pobres, mas com pessoas que pensam na construção dos programas, escolha de personagens também e o horário que ajudem a manutenção de um sistema que não valoriza a produção interna, mas que ensina a supervalorização do externo, reforçando este jogo de consumismo e alienação.
A escola entra neste jogo como um instrumento capaz de alterar este jogo, mas como muitas, com medo, ou falta de informação, de como utilizar as novas tecnologias, acaba assumindo um papel de omissão, parando no tempo, negando a evolução da tecnologia no seu sistema de aprendizado e nas praticas escolares. A educação é uma grande arma contra a invasão cultural, pois por meio dela podemos valorizar e ensinar nossa cultura que fica em segundo plano quando falamos sobre televisão.
No grupo de estudos pesquisamos sobre educomunição, que é uma forma de inverter o jogo, explicando as pessoas como ele funciona dando ferramentas para que ela produza mídia. Ao invés de apenas explicar como tem funcionado a invasão cultural, são fornecidas ferramentas para que ele produza, dessa forma ele deixa de pensar com espectador, entrando na mente do produtor, que tem o controle da imagem e da edição das informaçoes.
Sheyla Maria Alves de Melo
Participar de um grupo de estudos me permitiu um contato diferenciado do ensino superior, onde suas manifestações, opiniões e trajetória de vida valem muito. O grupo me permitiu uma troca muito rica de conhecimentos, experiências e valores.
Escolhi o grupo de Educomunicação, por crer na educação como um motor para verdadeiras transformações na sociedade e no uso da comunicação como forte ferramenta contra a imposição que os povos da América Latina sofrem dos países “desenvolvidos”.
No grupo descobri o real significado da Educomunicação, esta que caminha com muitos ideais que já tinha na minha trajetória pessoal, entre elas a busca pela democratização dos meios de comunicação é agora um dos meus principais objetivos, sendo uma forma de garantir aos oprimidos vez e voz na sociedade.
Bernadete Yaciara Costa Burgos
Ao falar sobre Educomunicação , temos que considerar dois termos, importantes:
Educação(Qual?) e Comunicação(Qual e com que finalidade?)
Atualmente as crianças vivenciam desde pequenas o contato direto ou indireto com a mídia.
Em todos os momentos de sua vida vivenciam uma relação estreita com as ferramentas, existentes, como,p or exemplo, quando assistem a um programa de televisão estão sem perceber "aceitando" valores, comportamentos por conta dos produtos que estão sendo vendidos por meio das propagandas, ou até mesmo durante próprios programas de televisão.
Ao consumirmos este modelos, estamos "aceitando", ou melhor consumindo a cultura que embasa o programa de televisão: estigmas e esteriótipos que muitas vezes servem de controle e manipulação das maioria das pessoas que assistem.
A mídia por meio de suas propagandas televisivas, nos bombardeaia para o consumo excessivo de equipamentos, tais como celulares, computadores,rádio, televisão, portáteis, entre outros.
A criança convive em muitos espaços em que os equipamentos tecnológicos estão sempre presentes. A escola é um destes espaços, mas que não realiza um a sistematização dos conhecimentos para que estes sejam utilizados na prática da criança.
A meu ver a escola deveria ser uma instituição que realizasse o exercício de reflexão contínua dos acontecimentos do cotidiano, em que os conhecimentos não fossem fragmentados, mas que estes fossem vistos como um conjunto de práticas das ações realizados em nossa vida.
Esta mesma instituição que tem inúmeras possibilidades de realização de trabalhos por suas inúmeras quantidades de materiais, disponíveis e de tempo.
Ela não o faz porque não conta com pessoas comprometidas de fato com o trabalho que realiza.
A educação tão dita e citada em muitos, textos, assim como este, trás inúmeras visões por parte de quem o lê, de quem realiza e de que está fazendo parte do processo.
Ao meu ver a educação não se resume nas práticas realizadas na instituição escolar.
Mas, a realização de ações de façam sentido e traga significado para a vida da pessoa que a realiza, ou que, faz parte do processo.
A comunicação tão necessária e tão decisiva em todas as instâncias de nossa vida, pode tornar uma possibilidade real e necessária para que a pessoa que a faz o faça com responsabilidade, ou seja, que esta comunicação esteja ligada com as ações práticas. Que esta comunicação , considerada uma junção da teoria e da prática.
Em nosso grupo de estudos estou aprendendo a ter um olhar mais crítico com relação as práticas realizadas na escola em que a comunicação por meio dos equipamentos tecnológicos, seja: computador, rádio, televisão, entre outras. E que a comunicação seja realizada com responsabilidade e com clareza nas ações quando se trata de educação e de comunicação, na escola , por meio dos equipamentos tecnológicos.
Cristina Tânia Lima Mota
O que significa participar de um grupo de estudos: antes de ingressar na faculdade, no curso de pedagogia, eu não tinha pretensões, nem sabia das portas que se abririam na minha vida.
Tive conhecimento do grupo de estudos pelos professores do curso. Como sempre gostei de leitura e pesquisa, então quando recebi a notícia do início do grupo de estudos em educomunicação na formação de professores, ingressei imediatamente. Confesso que leitura e pesquisa são atividades cansativas, mas os benefícios são eternos.
Participar de um grupo de estudos que aborda um tema com o qual me identifico significa um degrau a mais, algo que estará em meu currículo e que pretendo saber mais a cada dia.
Sei também que por se tratar de um tema não muito comentado, existirão pelo caminho muitas pesquisas e diversas abordagens, ou seja, participo de um tema atual, mas já de início estamos pesquisando historicamente, lendo autores que escreveram sobre a tecnologia e que indica como chegamos aos dias atuais, e é a continuidade desse trabalho que nos levará a descobrirmos até onde chegaremos.
Enfim conquistei a oportunidade de participar juntamente com outros alunos, porém uma pequena porcentagem deles, dos primeiros grupos de estudos da faculdade Sumaré.
4 – Atividade em andamento
O grupo, mesmo durante o recesso, se organizou para tabular os resultados dos 100 questionários da pesquisa empreendida pelo GEP, de forma a que possamos dar início à análise qualitativa dos resultados assim que retomarmos as atividades em 2011.
O trabalho prevê, após essa etapa, a divulgação dos resultados em forma de artigo para a Revista Sumaré.