23 abril 2012

Encontro do Dia 21/04/12



Gostaria de compartilhar algumas das minhas tantas anotações:

No último encontro, a Grácia tocou em pontos primordiais para se pensar em que tipo de comunicação e educação que falamos, ao fazer a exposição sobre dos pensadores Kaplun e Freire.



Ambos viveram no período marcado pelo militarismo no Brasil. 


Ficou nítido que a ação da Educomunicação, antes de ser educadora, é uma ação política, enraizada na necessidade de tornar as pessoas menos ingênuas. 


Ambos - Kaplun e Freire - mexeram em um vespeiro perigoso: as relações de trabalho, o lucro, a justiça. 

Ficou claro que os programas exibidos pelos meios de comunicação também educam, só que educam para o consumismo e/ou para o entretenimento. E ficou dado o alerta que existe o consumismo também de ideias, por isso a necessidade de conhecer a radicalidade dos assuntos:de onde vieram? pensados por quem?... 



Ficou claro que reconhecer esses pensadores não é vestir a camisa deles ou fazer tentar ser o eles foram mas, sim, reconhecer a honestidade ideológica que eles tinham em sua práxis.


Ações políticas feitas com clareza e seriedade: estas seriam uma bússola para a nossa caminhada.

Sheyla Melo

22 abril 2012

Muito bom o encontro do dia 21 de abril de 2012


Por conta do feriado, muitos justificaram sua ausência, mas Sheila Melo, Gabriela Luisa Oliveira, Jeff Santos, Fernando Delcolli, Suellen Oliveira da Silva e Cibelle Oliveira da Silva confirmaram presença e estiveram conosco, na casa Cala-boca já morreu.

Tratamos
de Texto e Contexto, ou seja, da necessidade cada vez maior de os participantes deste grupo, conhecerem as ideias que sustentam as ações do GENS e do Projeto Cala-boca morreu, as duas instituições que acolhem este grupo, em parceria com a Faculdade Sumaré, e que vêm desde a década de 90 realizando ações para assegurar o direito à comunicação para todas as pessoas, independente de idade, gênero, procedência entre outras tantas condicionantes

A proposta continua sendo a mesma: a de contribuir para que cada vez menos quem participe deste grupo carregue  bandeira, seja ela qual for...e que ao se envolverem com Educomunicação, saibam com clareza de que educação e de que comunicação estamos falando aqui neste espaço. Obrigada pela exposição, Gabi.

Para o próximo encontro, combinamos de todos lerem novamente as páginas já indicadas do  Educação pelos Meios de Comunicação, posto que várias questões e perguntas levantadas, tornará mais proveitosa a leitura.

Combinamos também de assistirmos juntos ao documentário "Batismo de sangue", direção de Helvécio Rattón (o mesmo de "Uma onda no ar"), para entender o que foi a teoria da libertação, da qual Paulo Freire e Mário Kaplún - os dois autores destacados neste encontro - foram adeptos.

08 abril 2012

Empoderamento das pessoas e dos grupos X Fortalecimento do indivíduo no grupo


01 abril 2012

Distinção entre os termos "educador" e " mediador"

Todas as ocasiões em que nos juntamos nos valem como um momento precioso para pensar com rigor conceitos que estão embutidos nas nossas ações. Movidos por isso, convém rever o termo educador, tão usado em Educomunicação.

Qual é o problema de usá-lo? - perguntariam muitos. Vejamos, então:

Educador é uma herança do que realizou Paulo Freire durante os anos 60 e 70, período marcado pela ditadura militar no Brasil. Esse termo significou o engajamento de adultos, de qualquer profissão, num grande movimento de alfabetização por todo o Brasil. A proposta era instrumentalizar rapidamente adultos das chamadas classes populares para que, entendendo o contexto político da época, o proletariado assumisse o poder. Essa ação era, portanto, política por excelência em prol dos trabalhadores.

Por ironia, na educação escolar o esforço de Paulo Freire em contribuir para análises críticas da realidade, inclusive a partir do entendimento etimológico das palavras, não vingou: os professores passaram a se auto-denominar educadores (as do ensino infantil e das séries iniciais, por sua vez de tia), enfraquecendo-se, assim, a si próprios como categoria profissional.

Nós entendemos Educomunicação como uma forma de intervenção social. Produzimos comunicação de forma coletiva porque nos grupos (sejam eles quais forem) se estampam (se desnudam) relações de poder que podem/precisam ser entendidas pelos participantes do grupo. Contudo, nossas ações não são "salvacionistas" como pretenderam os engajados politicamente nos anos 60 e 70. Por isso, não usamos nesse campo a palavra educador e, sim, mediador.

Mediador é um sujeito que está sempre entre o que se pretende com a ação e os participantes dessa ação. Ele deve contribuir, ao longo do processo, para que o grupo se perceba e repense ideias que sustentam sua relação consigo e o outro.